11 Parques Estaduais Imperdíveis na Califórnia

Natureza e história exuberantes nos Parques Californianos

Se fosse para considerar algo como uma caixa de bombons – e todos eles sendo deliciosos – isto seria o rico conjunto de tesouros naturais, fascinantes patrimônios históricos e destinos únicos, protegidos como parte do extenso sistema de parques estaduais da Califórnia. As 280 unidades incluem uma surpreendente diversidade de habitats, patrimônios históricos e coisas para se ver e fazer – praias selvagens, minas fascinantes da época da febre do ouro, florestas exuberantes, cachoeiras espetaculares e desertos extensos. Veja aqui uma seleção escolhida a dedo dos parques estaduais imperdíveis.

 

1. PARQUE HISTÓRICO ESTADUAL BODIE

Ao leste de Yosemite, ventos secos do deserto sopram pelos resquícios intocados esta cidade de mineração do ouro.

No oeste dos Estados Unidos existem cerca de 6 mil cidades fantasmas, todas construídas rapidamente durante a “corrida do ouro” ou de metais preciosos, como a prata e depois abandonadas, também rapidamente, quando o precioso metal terminou.

Bodie é uma dessas e representa uma exceção, porque cerca 5% das estruturas, mesmo tendo sido construídas de madeira, sobreviveram aos incêndios, as mudanças de clima e ao vandalismo. A sua história começa em 1859, quando o garimpeiro W.S. Bodey descobre ao sul da Califórnia algumas pepitas de ouro. Bodey acabou vítima de uma tempestade de neve e deixa seu nome ao vilarejo. Inicia assim uma lenda do Faroeste.

2. PARQUE HISTÓRICO ESTADUAL COLUMBIA

Perto de Sonora, este parque favorito das crianças permite que você tenha uma noção real da Corrida do Ouro, incluindo o garimpo de ouro.

Com um charme retrô e uma mina cheia de artefatos históricos, este parque apresenta a Corrida do Ouro em matizes vivas e dinâmicas.  Instrutores vestidos a caráter fazem mais do que conduzir passeios nesta bem preservada cidade, foi o principal  e a segunda maior cidade do estado no auge da Corrida do Ouro. Agora, eles vivem e trabalham aqui em uma variedade de lojas e comércios apropriados ao período do local. Passeie em uma autêntica diligência, peça uma gelada sarsaparilla feita localmente em um saloon no estilo do Velho Oeste, ou sinta o calor da forja do ferreiro. Também há uma agência expressa da Wells Fargo, e outras relíquias dos primeiros dias de mineração na Califórnia. A cidade parece ainda mais autêntica: os carros não são permitidos aqui; no entanto, você ouvirá os cascos dos cavalos.

Nos fins de semana, passeios históricos gratuitos no parque partem do museu às 11h (nos dias da semana também). Os dias da Corrida do Ouro são realizados no 2º sábado, durante a tarde; instrutores a caráter conduzem aulas de artesanato úteis e passeios especiais, e as crianças podem tentar a sorte garimpando ouro.

Dica: No verão, o clima pode ser quente e os fins de semana, lotados. Procure chegar cedo durante a semana.

  

3. RESERVA NATURAL ESTADUAL POINT LOBOS

Ao sul da pitoresca Carmel-by-the-Sea (muitas vezes chamada apenas de Carmel), siga a rota para chegar a uma enseada tranquila.

A reserva possui ao longo do ano muitos passeios para milhões de pessoas. É excelente para passeios turísticos, fotográfica, pintura, estudo da natureza, fazer piquenique, mergulho, entre outros. Além da beleza espetacular.
Há comunidades raras de plantas ameaçadas de extinção, sítios arqueológicos, formações geológicas únicas, e flora e fauna da terra e no mar incrivelmente rico.

4. PARQUE ESTADUAL DO DESERTO DE ANZA-BORREGO

Ao nordeste de San Diego, esta reserva é o maior parque estadual da Califórnia e protege o cenário impressionante do deserto.

O nome composto do parque combina o nome do famoso explorador espanhol Juan Bautista de Anza, que cruzou este deserto em 1774, e a palavra em espanhol para carneiro (“borrego”), referindo-se ao carneiro selvagem nativo da região. Este deserto, o maior parque estadual da Califórnia, protege mais de 240 mil hectares de terras áridas, oásis de palmeiras, cânions estreitos e colinas cobertas de cactos. O parque é uma aula prática de geologia, ainda sofrendo alterações causadas pela erosão e enchentes-relâmpago. Um lugar selvagem e remoto, com acesso apenas via rodovias primitivas ou a pé.  (Considere alugar um veículo alto com tração nas quatro rodas para ter melhor acesso). Mas a recompensa é um silêncio impressionante e uma beleza inesquecível o Palm Canyon.

Comece a sua viagem ao norte de Borrego Springs, no centro de visitantes do parque, construído no subterrâneo para ter maior eficiência no resfriamento. Saiba mais sobre este parque fascinante e receba dicas dos locais a visitar. Os carneiros-selvagens frequentemente são vistos perto das trilhas para Palm Canyon.

5. PARQUE ESTADUAL BIG BASIN REDWOODS

Sequoias antigas e acampamento ao norte da cidade.

Esta reserva incrível, o parque estadual mais antigo da Califórnia, é uma joia rara nas Montanhas Santa Cruz. Com mais de 128 quilômetros de trilhas serpenteando ao longo de bosques de sequoia e outros habitats exuberantes, o Big Basin é um atraente refúgio de fim de semana para pessoas no Vale do Silício, a apenas uma hora a oeste. Os pais adoram deixar os filhos soltos para mergulhar em riachos claros, ou observá-los juntar coragem suficiente para beijar uma lesma banana (pergunte a qualquer local; é uma conquista para muitos norte-californianos).

O Big Basin oferece uma variedade de áreas de camping, incluindo 38 unidades sem reserva: uma curta caminhada e você pode armar sua barraca em um local calmo e tranquilo. Caminhe, faça mountain bike ou cavalgue nas rotas marcadas. Os trekkers adoram a trilha Skyline to Sea, de 17 quilômetros, que passa ao longo de Waddell Creek até o oceano e próximo à Theodore J. Hoover Natural Preserve. Também há muitos passeios cênicos e tranquilos, como a trilha do circuito Sequoia, com 6 quilômetros (completa com uma pequena cachoeira), e a trilha do circuito Redwood, com um quilômetro, que leva os visitantes a algumas das mais altas árvores do parque. Pegue mapas e dicas de caminhada com os guardas-florestais nas sedes do parque e informe-se sobre fogueiras e os programas de caminhadas guiadas ao anoitecer.

 

6. PARQUE ESTADUAL PRAIRIE CREEK REDWOODS

Explore um mundo superdimensionado, com grandes árvores, grandes alces e muitas exclamações!

Visitar este parque de 5.666 hectares é como passar por um portal, entrando em um mundo onde tudo é gigante e verde – uma floresta tropical onde samambaias se curvam sobre trilhas musgosas em um mundo pintado de luz e sombras. Comece com uma caminhada entre as sequoias antigas pelo Prairie Creek e pela trilha Cathedral Tree loop, de 5,1 km, que começa no centro de visitantes de Prairie Creek Redwoods. Já nos seus primeiros passos, “deslumbrante” é a palavra-chave por aqui.

“Visitar este parque é como atravesar um portal onde o mundo é todo verde e gigante”.

O musgo cobre rochas, líquens se penduram em ramos, a Oxalis Oregana, uma erva aromática semelhante a um trevo, forma um tapete no chão, e árvores crescem em dimensões gigantescas. Sinta-se apropriadamente reverente e humilde, e então saia da sua zona de conforto e vá para a Pradaria dos Alces (Elk Prairie), um campo dourado e coberto de grama onde você tem uma grande chance de ver um alce Roosevelt. Esses animais majestosos são os maiores animais terrestres da Califórnia, pesando até 1.100 libras. Embora eles pareçam dóceis enquanto mastigam grama com altivez, é sábio dar a eles algum espaço, especialmente aos grandes machos durante o período propício para a reprodução, no outono. Enquanto estiver na Pradaria dos Alces, considere uma caminhada na trilha Trillium Falls Trail, um percurso de 4 km entre sequoias antigas.

Em seguida, dirija. A asfaltada Newton B. Drury Scenic Parkway, de 16 km – a cênica alternativa à Highway 101 – passa por bosques silenciosos que alcançam o céu. Estacione para uma caminhada rápida até a adequadamente denominada Grande Árvore (Big Tree) e fique atento para mais grupos de alces selvagens.

Para o motorista mais aventureiro, a não asfaltada Davison Road leva até a Gold Bluffs Beach, uma extensão de 10 milhas de beira-mar onde garimpeiros de 1850 procuravam por pó de ouro na areia. Você pode acampar na praia, mas não se esqueça de fixar sua barraca – o vento pode ser feroz. Siga e passe por Gold Bluffs até o final da estrada e pelo começo da trilha de Fern Canyon. Aqui você tem duas opções: uma trilha de uma milha por um espetacular vale de samambaias (Fern Canyon), ou uma caminhada mais longa pela trilha litorânea (Coastal Trail), passando por três mini cachoeiras.

 

 

7. PARQUE ESTADUAL SALT POINT

Acampe e caminhe nos promontórios repletos de ondas

Uma reunião de terra e água selvagem e bonita, o Parque Estadual State Park compreende 2.428 hectares ao longo da costa de Sonoma, a cerca de 153 km ao norte de San Francisco. Terraços gramados coroam promontórios castigados pelo vento onde penhascos de arenito caem abruptamente no Pacífico. Piscinas de maré e leitos de alas abundam com vida marinha; de fato, as águas a partir da praia do parque são protegidas como um dos primeiros parques subaquáticos da Califórnia: a Área de Conservação Estadual Marítima de Salt Point (Salt Point State Marine Conservation Area).

Cortado pela Highway 1, este belo parque litorâneo, a 27 km ao norte da foz do rio Russian e da vila de Jenner, lhe dá muitos motivos para parar e começar a usar o Instagram. Ainda melhor, saia e explore: escolha a partir dos 32 km de trilhas que vão a vistas como o tafoni escavado pelo vento e pela água, ou formações de arenito como favos. Faça a pequena e íngreme caminhada à floresta pigmeia do parque de ciprestes e pinheiros miniatura. Siga ao norte a partir da entrada principal do parque para a enseada Fisk Mill, popular para mergulho de haliotes, para seguir uma trilha no alto do morro. Este caminho de nível segue por uma floresta com rododendros e samambaias, para ver vistas de praias de bolsões rochosos com o quebrar das ondas, focas brincalhonas e haliotes mergulhando. Economize energia para subir até o topo da pedra Sentinel Rock, com uma vista litorânea deslumbrante.

Dicas: o Parque Estadual Salt Point tem dois acampamentos: perfeitos para famílias acampando pela primeira vez. Melhor em dias calmos, o Acampamento da Enseada Gerstle, na pista do oceano da rodovia, tem vistas empolgantes do mar, enquanto que o Acampamento Woodside, sombreado por pinheiros, no lado leste mais protegido da rodovia, oferece uma abrigo melhor em dias de vento.

 

8. JULIA PFEIFFER BURNS STATE PARK

Veja uma cachoeira que despeja suas águas na praia

Você gostaria de fazer uma caminhada curta com uma enorme recompensa? A trilha com vista elevada da cachoeira no Parque Estadual Julia Pfeiffer Burns, com ida e volta de 1 km, talvez seja a caminhada que exige menos esforço no planeta.  A caminhada quase plana termina em um ponto elevado à beira-mar, com vistas impecáveis de McWay Falls, um dos locais favoritos da desbravadora Julia Pfeiffer Burns – o nome do parque foi dado em sua homenagem. Digamos apenas que Julia tinha bom gosto. As águas caem de aproximadamente 24 metros do topo de um penhasco de granito até a enseada arenosa (nem mesmo pegadas na areia interferem na perfeição, uma vez que esta praia é fechada para o público).

Se você estiver mais disposto que esticar as pernas, caminhe também pela trilha vizinha Ewoldsen Trail, um percurso de 3 km com subidas e descidas passando por sequoias antigas e arbustos espinhosos litorâneos, oferecendo a recompensa de deslumbrantes vistas infinitas para o seu esforço do de subir 488 metros.

 

9. EMPIRE MINE STATE HISTORIC PARK

Faça um passeio por uma mansão da Corrida do Ouro e depois conheça os subterrâneos

Tenha uma série de experiências com uma visita a esta notável região em Grass Valley, a cerca de 92 quilômetros ao norte de Sacramento. Primeiro, visite o Centro de Visitantes para conhecer uma das mais antigas, maiores, profundas, amplas e abundantes minas da Califórnia, onde, no curso de um século, 159 milhões de gramas de ouro foram minerados: o suficiente para encher uma caixa de 3 metros de comprimento, 3 de altura e 7 de profundidade, até a época em que a mina foi fechada, em 1956. Para ter uma ideia do tamanho da mina, veja o modelo em escala representando a estrutura da mina de 13 quilômetros quadrados, então caminha para fora para visitar a entrada do eixo atual: um pequeno pico em um espantoso labirinto subterrâneo de 591 quilômetros.

Agora, troque as marchas, mentais e físicas, com uma caminhada no território de William Bowers Bourn Jr., que assumiu a administração da mina em 1879. Bourn Cottage, um nome humilde para essa magnífica propriedade rural, onde nenhuma despesa foi poupada para criar uma cidadela de pedra de dois andares, padronizada pelas nobres propriedades inglesas do século XIX, completa com interiores em sequoia e janelas de vidro chumbado. 

Os passeios guiados estão disponíveis de maio a setembro.  O Mine Yard tour mostra a dura vida dos mineradores que trabalharam aqui. Veja o outro lado da moeda no Cottage Grounds tour, que inclui uma visita ao suntuoso Bourn Cottage.

 

10. CRYSTAL COVE STATE PARK

Caminhe em uma praia perfeita com um passado intrigante

Em 1912, um dos primeiros artistas de Laguna Beach descreveu um litoral irregular, “com enseada após enseada e promontório após promontório, penhascos dourados e um mar variando entre tons de azul escuro e roxo, além de claras piscinas da cor de esmeralda, águas preguiçosas e uma arrebentação intensa”. Mais de 100 anos depois, você ainda pode vivenciar este mundo no universo desse parque litorâneo de 971 hectares. Siga para o interior subindo a encosta, a pé ou de bicicleta, para explorar trilhas que levam ao pé da montanha (especialmente bonitas depois que as chuvas de inverno estimulam o crescimento da grama anual). Caminhe pelos 5 quilômetros de costa do parque para encontrar sua própria crescente área de areia, com ondas apropriadas para a família (também populares entre pescadores). Outra descoberta aqui: No Distrito Histórico do Crystal Cove State Park, peça um sanduíche de atum “ahi tuna burger” no The Beachcomber at Crystal Cove, ou peça um cremoso shake do Ruby’s Shake Shack para levar para a praia. Há também um charmoso conjunto de chalés antigos à beira-mar, rusticamente restaurados e disponíveis para pernoites.

(Observação: reservar uma das 21 cabanas extremamente populares demanda paciência e perseverança; verifique o site para mais detalhes). 

 

11. PARQUE ESTADUAL EMERALD BAY

Seja a pé ou de barco, visite a extraordinária baía do LakeTahoe

Olhe para esta deslumbrante baía e você verá porque Mark Twain chamou o  Lake Tahoe de “o quadro mais belo que a Terra inteira possui”. Enquanto o lago principal é azul como topázio, uma cor criada pela notável claridade e profundidade do Tahoe, esta baía um tanto mais rasa na margem oeste do lago tem um tom surpreendente e belo, que transita entre o azul e o verde, e que fica ainda mais impressionante no ponto perfeito da pequena Fannette Island – a única ilhota no Lake Tahoe –, bem no meio da baía. Em largas áreas de acostamento na Highway 89, veja se você consegue enxergar as ruínas de uma pequena casa de chá de pedra, bem no topo da ilha. A casa de chá e o castelo de pedra em estilo escandinavo, de 38 quartos, construído na praia vizinha, conhecido como Vikingsholm, foram criados por Lora Knight, uma mulher extraordinária que se tornou extremamente rica depois de se casar e, então, usou seu dinheiro para educar jovens que não tinham condições de investir na própria educação. Aprenda sobre ela e faça um tour por sua casa rica em detalhes e construída à mão – uma réplica de um castelo escandinavo do século IX – em passeios oferecidos várias vezes ao dia, do fim de maio até o Dia do Trabalho – certamente vale a pena caminhar do estacionamento até lá. 

“Olhe para esta deslumbrante baía e você verá porque Mark Twain chamou o Lake Tahoe de “o quadro mais belo que a Terra inteira possui”.

Você também pode acessar a baía Emerald (Emerald Bay) pela famosa e simples trilha Rubicon, que segue a borda do lago do Parque Estadual D.L. Bliss (D.L. Bliss State Park) por 6 quilômetros a sul da baía. Outra caminhada curta com uma grande recompensa é a trilha de 2 km que começa no outro lado da estrada a partir da Emerald Bay e conduz até as cascatas geladas de Eagle Falls e até uma vista panorâmica da Emerald Bay e do Lake Tahoe. Passeios de cruzeiro, como os do Tahoe Queen, também visitam a Emerald Bay; você também pode usá-lo como um ótimo destino se você alugar um barco na Praia do Sul (South Shore). Para uma grande extravagância, reserve um passeio de iate privativo com a Lake Tahoe Boat Rides; no meio do caminho, o capitão narra a história da região.

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Parques Nacionais igualmente imperdíveis

Não deixe de visitar também, o Parque Nacional Yosemite, um patrimônio mundial, para ver exorbitantes domos de granito e quedas d´água de mais de 600 metros em um vale esculpido pelo gelo. Ao sul, ficam os Parques Nacionais da Sequoia e Kings Canyon, conhecidos pelas suas sequoias gigantes, as maiores árvores do mundo. Experimente um vulcão ao vivo (de forma segura) no Parque Nacional Lassen Volcanic, com piscinas em ebulição e poças de lama borbulhante.

O maior parque nacional no Lower 48, Parque Nacional do Vale da Morte de 3,4 milhões de acres é surpreendentemente fácil de explorar, mesmo que seja oficialmente o lugar mais quente do planeta. Perto de Palm Springs, o Parque Nacional Joshua Tree apresenta uma paisagem bizarra da árvore com o mesmo nome, na verdade, uma espécie de yucca.

Faça um passeio de barco para visitar ao selvagem e lindo Parque Nacional Channel Islands (os passeios agendados regularmente partem de Ventura o ano todo). Ao leste do Monterey, observe os condores em risco de extinção da Califórnia no Parque Nacional Pinnacles.

Há cerca de uma hora ao norte de São Francisco, o Point Reyes National Seashore tem praias selvagens, alce de tule e elefantes-marinhos. Perto da fronteira do Oregon, o Parque Nacional Redwood protege as altas sequoias costeiras, as árvores mais altas do mundo.

48 horas em San Francisco

Em algum momento de sua vida você tem que morar em Nova York, mas vá embora antes que ela o torne uma pessoa seca demais. Você também tem que viver por um tempo em San Francisco, mas deixe-a antes de tornar-se um mole.

Nada como divertidos estereótipos… O dito popular norte-americano que brinca com a diferença entre os estilos de vida da pulsante Costa Leste e o relaxado norte da Califórnia tem um quê de verdade. Pode até ser um pouco exagerado, mas todos sorriem ao ouvir a brincadeira. Menos os nova-iorquinos, é claro.

Ao longo da história, a missão jesuítica de San Francisco foi espanhola, mexicana e americana. É provavelmente a mais chinesa das cidades dos Estados Unidos, a mais gay, a mais hippie. Em toda a região da Bay Area e do Silicon Valley estão os descendentes dos homens e mulheres que participaram da Corrida do Ouro e os nerds e geeks que aqui encontraram porto para se vingar dos yuppies e revolucionar o mundo com suas maravilhosas invenções – Google, Apple, Pixar. Tanto como Manhattan, a fauna humana daqui é diversa e colorida (amarelos, negros, brancos, vermelhos e os que carregam as cores do arco-íris). Mas pela gelada baía há mais sorrisos descontraídos.

Ao invés da sisuda Brooklyn Bridge, a esbelta e elegante joia art-noveau da Golden Gate Bridge. No lugar dos arranha-céus qual colunas góticas, coloridas casinhas de madeira, no kitsch estilo vitoriano. Nada de insossos hot-dogs e bagels, mas deliciosos frutos-do-mar e pães da padaria Boudin. E, para escrachar de vez, nenhuma estátua monumental com cara amarrada deu as boas-vindas aos seus imigrantes, mas sim um bando de bonachões leões-marinhos. É, realmente, o pessoal da Bay Area não tem nada a ver com Nova York. Acompanhe-nos agora em nossas

 

48 Horas em San Francisco

Dia 1

A gente nunca sabe como o céu amanhecerá em San Francisco. Ele quase com certeza estará envolto em cerração, mas quem garante que não haverá um glorioso dia de sol?

Seja como for, pegue seu bondinho em Downtown rumo a Fisherman’s Wharf para seu primeiro passeio pelas ladeiras da cidade.

No histórico Pier 39 ou na Ghirardelli Square você encontrará uma variedade enorme de lojas, cafés e restaurantes. A dica é não seguir regra alguma, entrando nas casas que mais lhe atraírem. O que não pode passar em branco é uma pausa na histórica padaria Boudin. Aqui pães recém-assados, soltando aquele tentador vaporzinho ao serem partidos, voam em cestos presos a trilhos sobre a cabeça dos clientes. Faça seu café da manhã aqui, antes de partir para um curto cruzeiro da Blue & Gold Fleet, tangeando a ilha de Alcatraz e passando por baixo da ponte Golden Gate. Se o tempo estiver bom, será um passeio muito, muito agradável. Se o tempo estiver ruim, serão algumas horas para checar do que é feita tanta neblina.

Bondinho em San Francisco, Estados Unidos

Os bondinhos que sobem e descem as ladeiras de San Francisco são uma atração a parte. Ao fundo, a ilha de Alcatraz. Crédito: Justin Suliivan/Getty Images

Se quiser conhecer o presídio mais famoso dos Estados Unidos, “residência” de celebridades do crime como Al Capone e “Machine Gun” Kellly, embarque numa das excursões da Alcatraz Cruises, com guias com vasto repertório de histórias sobre mirabolantes planos de fuga e seus presos famosos. Os passeios noturnos estão entre os favoritos dos visitantes de Alcatraz, desativado em 1963 e desde então parte de um Parque Nacional.

Passe a manhã toda por aqui, sem pressa e apreciando os leões-marinhos e gaivotas que brincam com os turistas.

Quando a fome bater, experimente alguns restaurantes e bistrôs da área, servindo pratos como espaguete a marinara, sopa de caranguejo, lagostas na brasa ou camarões na chapa. Mesmo casas simples servem porções fartas a preços justos.

Se o dia realmente estiver claro, vamos aproveitar para andar mais. Pegue os ônibus 47 e depois o 21 para conhecer um dos ângulos mais batidos – e encantadores da cidade. A Alamo Square é uma praça quadrada na parte alta de San Francisco e de lá descortina-se o skyline de downton, emoldurado pelas casinhas vitorianas do perímetro. Sente-se no gramado ou num banquinho, tome seu café de copo descartável e atualize seu diário de viagem apreciando a paisagem. O curioso é que, apesar de ser um lugar famoso, quase não há turistas por aqui.

A uma curta caminhada dali fica o epicentro da contracultura dos anos 60, Haight and Ashbury. A paisagem atual é um pouco decadente, um simples cruzamento de ruas repleto de tiozinhos gordos e barbudos e vovós que se divertiram bastante na esteira da pílula anticoncepcional. Mas não se engane, muito do espírito lisérgico daquela época ainda vive sob estas peles enrugadas. O distrito tornou-se um bastião para a diversidade sexual e étnica e alternativa para as tribos que viviam à margem do American way of life. Lojas bacanas com discos antigos, casas vitorianas como a Richard Spreckels Mansion, o vizinho distrito de Castro e o Buena Vista Park – de onde se tem, oh, belas vistas – são alguns dos locais que te farão passar uma ótima tarde.

Alamo Square, San Francisco, Estados Unidos

As vistas de Alamo Square, com suas casinhas em estilo vitoriano, são arrebatadoras. Crédito: KPTripathi/Wikimedia Commons

Dia 2

San Francisco foi a capital do mundo alternativo americano por décadas. Uma das consequências de haver tantos hippies no pedaço foi a multiplicação de fazendas de alimentos orgânicos na região. Boa parte da produção abastece alguns bons restaurantes da Bay Area, mas o consumidor comum terá acesso a ótimos cogumelos – para comer, não para fazer chá –, frutas, castanhas e compotas no mercado do Ferry Terminal. Este belo edifício, por décadas escondido num emaranhado de “minhocões”, tornou-se o marco iconográfico da região quando estes foram abaixo. Seus cafés e restaurantes são uma boa pedida para começar bem o dia.

Faça então uma caminhada ao sul da Market Street, visitando o agradável Yerba Buena Gardens e o San Francisco Musem of Modern Art. Entre as obras de Matisse, Hockney e Diego Rivera está o ótimo Caffè Museo, ideal para uma pausa.

Como curiosidade, próxima dali encontra-se o Yerba Buena Center for the Arts, local usado pela Apple para lançar produtos como o iPad e iPod.

Yerba Buena Center of Arts, San Francisco, Estados Unidos

Projetado pelo ganhador do Pritzker Fumihiko Maki, o Yerba Buena Center for the Arts tem uma eclética agenda de artes performáticas, dança e música. Crédito: Mike Turner/Wikimedia Commons

Hora de comer, momento ideal para explorar uma das mais antigas Chinatowns dos Estados Unidos. Nas imediações da Stockton Street estão restaurantes com as mais distintas vertentes da cozinha oriental: cantonesa, fujian, sichuan e por aí vai. De legumes passados no wok ao pato de Pequim, de felizes dim-suns ao macarrão frito de cada dia, não será aqui que você passará fome. Depois, é só fazer a digestão circulando pelas ruas por onde passeava Bruce Lee – o filho mais famoso do bairro – e por entre as lojas da Grant Avenue. Se estiver interessado sobre a história da comunidade sino-americana, visite o interessante Chinese Historical Society of America Museum.

Em San Francisco, é possível ir da China ao Japão de ônibus, em pouco mais de 20 minutos. É só tomar o coletivo 1 e descer no centro da comunidade nipônica, Japantown. Os membros desta acabaram se espalhando por outros bairros, mas seu comércio manteve-se por aqui. Ao redor e dentro dos edifícios do Japan Center estão restaurantes, livrarias e lojas com quimonos, artesanato e cerâmicas de ótima qualidade. Na pracinha central estão cerejeiras e um pitoresco pagode dedicado à paz. Antes de escolher seu lugar para jantar (opções é que não faltam), dê uma passada na confeitaria Benkyodo, onde doces típicos são produzidos à perfeição. Diz a lenda que daqui saíram os primeiros biscoitos da sorte, com sua casquinha crocante e mensagens enigmáticas. Ou seja, o que você pensa que é chinês na verdade foi criado por um japonês, numa padaria americana. Só mesmo em San Francisco…

Chinatown, San Francisco, Estados Unidos

Cada esquina e beco de Chinatown é uma divertida surpresa. Crédito: Justin Suliivan/Getty Images

 

Roteiro de uma semana em San Francisco e região:

Dia 3: reserve o dia para conhecer o Golden Gate Park, com seus belíssimos jardins – não deixe de passar no Botanical Gardens e no Japanese Tea Garden – e museus bacanas como o California Academy of Science e o De Young Memorial Museum. Depois, vá jogar frisbee na praia Baker Beach.

Dia 4: visite o excelente Asian Art Museum, com mais de 15 mil objetos dedicados à cultura e arte de Coreia, Japão, China, Sudeste Asiático, Pérsia e Índia. Depois, faça um passeio por Pacific Heights e faça uma foto em Lombard Street, a autodenominada “a rua mais torta do mundo”.

Dias 5 e 6: pegue o carro, atravesse a ponte Golden Gate e explore as vinícolas de Sonoma e Napa Valley. Divida a direção com alguém para a diversão ser coletiva.

Dias 7: já que está por aqui, não deixe de visitar a incrível floresta de sequoias de Muir Woods National Monument ou a bela costa de Point Reyes National Seashore. Na volta, tenha um jantar em Sausalito, com belas vistas de San Francisco.

Reyes Point, Califórnia, Estados Unidos

Do lado norte da Golden Gate encontram-se paisagens arrebatadoras da costa do Pacífico, como aqui, em Reyes Point. Crédito: Edward Faulkner/Wikimedia Commons

 

Fonte: http://viagemeturismo.abril.com.br/

11 coisas que aprendi na Califórnia

O que os californianos me ensinaram

Ana Catarina Ferreira, uma brasileira que morou em San Diego durante um ano, fala sobre o que aprendeu por lá.

A Califórnia é um daqueles lugares apaixonantes com paisagens que vão da praia a montanhas com neve, até desertos. Morei em San Diego por um ano e pude conhecer muitos desses lugares. Mas mais que conhecer cidades, aprendi muito com os californianos – sim, eles mesmo se intitulam americanos diferentes e eu gostaria de compartilhar com você uma lista para quem deseja conhecer esse Estado maravilhoso e entrar em contato com o seu povo:

1. Conversar com estranhos

Os californianos são assim, adoram puxar papo. No começo eu, paulista, achei estranho alguém que eu não conheço querer saber da minha vida. Estava esperando o ônibus, uma mulher puxou papo comigo, eu respondi mas não alonguei o assunto. Não teve jeito, ela insistiu e, quando eu vi,ela pegou o mesmo ônibus que eu e voltamos conversando sobre assuntos diversos. Isso aconteceu muitas e muitas vezes.

Uma cena engraçada também aconteceu quando estava atrasada andando quase correndo na rua e meu chinelo arrebentou de um jeito que não tinha conserto. Estava no caminho de volta para casa (ainda mais atrasada) quando um casal parou o carro e recomendou: “ei, se arrebentou, passa uma fita que às vezes da jeito, não fique triste!”.

Esses são os americanos da Califórnia, esses últimos mais especificamente de San Diego.

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2. Respeitar e admirar a natureza

Na Califórnia é possível conviver diretamente com a natureza a quase todo instante e você aprende a admirá-la e respeitá-la. É possível ver golfinhos, baleias, focas e leões marinhos e essa experiência é transformadora. Com o passar do tempo, assistir ao pôr do sol virará algo quase que obrigatório na sua lista do dia.

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3. Respeitar as leis

A placa “pare” é realmente feita para se parar, não importa se tem alguém esperando para atravessar ou não. A faixa de pedestre é feita para os pedestres e não ouse quebrar essa lei porque, no mínimo, você será xingado e passará vergonha, no máximo ganhará uma multa gorda. Dirigir bêbado então, nem em sonho, primeiro porque é perigoso mesmo, segundo porque se a polícia te parar, você paga uma multa altíssima e ainda é deportado.

Esses são alguns exemplos, então siga as leis, eu aprendi e virei “certinha” com o tempo, hoje estranho quando não param na faixa de pedestres e admiro esse sistema, pois todas as coisas realmente são respeitadas.

4. Não é preciso beber na praia para se divertir

Além de tudo, não é permitido beber nas ruas nem nas praias na Califórnia. Aliás, as praias, como muitas do exterior, não possuem barracas, nem quiosques, nem ninguém vendendo comida. No começo parece bem estranho. Mas com o tempo você aprende que tem muito mais atividades possíveis na praia. Esportes, ler livros, admirar a natureza e os bichinhos, surfar, boas conversas e muito mais.

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5. Comer ovos com bacon no café da manhã

Sim, os californianos são americanos no quesito café da manhã! Eu não podia nem pensar nesse hábito antes de ir para os EUA. Mas agora já não vivo sem. É lógico que não podemos abusar e comer isso todo dia. Mas que eu sinto saudades dos gigantes cafés da manhã, eu sinto!

6. Praticar esportes ao ar livre

Na Califórnia o esporte é extremamente praticado e a variedade é imensa. Desde uma corrida matinal nas orlas das praias a surf (todos praticam, das criancinhas de 5 anos até os idosos…), skate, bicicleta, yoga (muitos estúdios e pessoas praticando em qualquer espaço que tenha uma graminha para esticar o tapete), mergulho, snorkel, paraglider, paraquedas, trilhas… o que você mais vê nas cidades são pessoas se exercitando ao ar livre e isso acaba te animando a ir apreciar a natureza e fazer um esporte divertido também.

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7. Um chinelo pode ser usado em qualquer ocasião

As pessoas em geral não ligam muito para como você está vestido. Em qualquer lugar que você vá, vai conseguir ver vários estilos convivendo numa boa, sem julgamentos. O estilo mais utilizado é o tranquilo, chinelo e qualquer peça básica, sem frescura.

8. Comer comida mexicana com bastante pimenta

Por estar bem pertinho do México, a Califórnia, em especial San Diego, é o paraíso das comidas mexicanas, e em qualquer lugar tem um restaurante mexicano. E na terça feira existe o Taco Tuesday, onde você consegue encontrar tacos pela metade do preço ou até menos, toda terça feira em diferentes restaurantes mexicanos.

9. Viajar de carro é uma delícia

As estradas são maravilhosas, um verdadeiro tapete, os pedágios são raríssimos e a gasolina, embora tenha aumentado, continua tendo um preço bom. Eu que nunca gostei de viajar de carro, me surpreendi preferindo curtir a paisagem que a viagem de carro oferece do que a velocidade do avião. Por ter uma variedade incrível de cenários: de deserto a neve, da praia a florestas, é uma delícia passear e ver o terreno mudando completamente com apenas alguns quilômetros rodados.

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10. Não se atrasar tanto

Comparado com os europeus, até que os californianos são atrasadinhos, mas comparados com os brasileiros são pontuais. Aprendi que devo ser pontual com os meus compromissos, pois isso é considerado uma falta de consideração e respeito pelos americanos. Eles são práticos e gostam que as coisas sejam efetivas e levadas a sério. Um atraso pode ser uma falha imensa principalmente se for no trabalho (lógico que estou generalizando e existem as exceções, mas normalmente o atraso é muito mal visto).

11. Viver o hoje

O americano em geral, como eu disse, é prático e efetivo. Não fica pensando em dramas e em mil opções que podem ocorrer, ele trabalha na ação. E isso me ensinou muito e quero aprender mais e mais com eles. Enquanto muitos ficam pensando no que pode acontecer, a maioria deles conclui rapidamente a tarefa. Eles vivem o hoje e o agora sem muitos questionamentos. Os californianos em especial vivem de uma forma “easy going” sem muitas cobranças.

Fonte: http://nomadesdigitais.com/